Coração acelerado, suor, tremores, tensão e fadiga. As sensações físicas são a expressão de um medo forte que, muitas vezes, faz com que a pessoa se sinta incapaz, presa e impotente. Todo esse sofrimento, nervosismo e ansiedade podem fazer com que a pessoa se esqueça de algo muito importante: o medo pode ser superado, afinal: medo é uma coisa e capacidade é outra!
Acreditamos que o medo de dirigir pode ser consideravelmente limitador, tendo em vista que leva a pessoa a deixar de fazer coisas que gosta e se sente bem. Além disso, priva da liberdade de ir e vir de forma autônoma, o que afeta diretamente a autoestima e autoconfiança.
Percebemos que há questões culturais envolvidas no medo de dirigir, como o gênero. Mulheres ainda sofrem preconceito relacionado à direção, que muitas vezes é entendida erroneamente como “coisa de homem”, e homens sofrem preconceito quando possuem medo de dirigir, pela mesma questão.
É importante entender que tudo isso começa pelos nossos pensamentos. A forma com que interpretamos ou percebemos uma situação, faz com que nosso corpo se prepare para tal – trazendo as reações físicas citadas. Isso é evolutivo e até saudável em determinadas situações.
Porém, nem sempre essas interpretações tem a proporção adequada. Quando os pensamentos são muito rígidos e generalistas, percebendo o pior cenário possível como única possibilidade, é possível que as reações físicas também se tornem mais intensas. Isso tudo vai alimentando o medo e reforçando sentimentos de frustração, impotência e tristeza.
Tais interpretações e pensamentos podem dizer respeito ao trânsito ou a si próprio: seja duvidando da própria capacidade, seja em uma autobrança excessiva que acaba por nos paralisar.
As pessoas são diferentes e, por isso, compreender com paciência – sem culpa e julgamento – quais são esses pensamentos, pode ajudar bastante. Isso permite que se tenha uma visão mais ampla e flexível sobre o trânsito e sobre si mesmo, diminuindo a intensidade das reações físicas. Trabalhar o controle dessas reações também é possível, e isso traz sentimentos de segurança e autocontrole.
Por mais que exista vontade de não dirigir, nesses casos, evitar entrar em contato com isso pode prolongar o medo e trazer ainda mais ansiedade no momento em que isso for enfrentado. Por outro lado, lidar com o medo – por mais que traga bastante ansiedade em um primeiro momento – pode trazer sensações de alívio e eficácia a longo prazo. Esse é mais um motivo para não se cobrar ou culpar por não dirigir, já que o enfrentamento de qualquer medo ou qualquer mudança de hábito, inevitavelmente, irá gerar um certo nível de ansiedade no início.
Marina Marcon – CRP 07/26731 Telefone: (54) 99123-0461 – Psicóloga Clínica, com experiência em atendimento a pessoas com medo de dirigir e ansiedade.
William Fiuza – CRP 07/25527. Telefone: (54) 99942-9748 – Psicólogo Clínico, especializando em Terapia Cognitivo-Comportamental, com experiência em atendimento a pessoas com medo de dirigir e ansiedade.
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